
Morrem no peito Legiões
Data 18/07/2017 23:10:21 | Tópico: Poemas
| No ciclo eterno das estações, em cada nova reunião A percepção exacta da palavra, do gesto Como prolongamento, como extensão da âncora Fundeada no longínquo mar dos meus ancestrais.
A nítida dimensão onde adormecem os sentidos A claridade dos dias, a luminosidade das noites Confinadas aos cantos desta dor Em demorados rituais, em prolongadas penitências. ... À luz de outras existências, noutras sangrentas arenas Tolhidos movimentos, envoltos, por lúgubre manto Qual pesada lacerna
Na demanda que cruza este avito tempo Desfaço a alma, contorço o corpo Esfolo dos pés a pele, em passos sem cáliga. ... Percorro o vazio da antecâmara até à boca Revela-se agora um acústico círculo de vozes em coro Onde se faz murmúrio e do murmúrio a palavra E da palavra o cântico, rasgado por gritos
A plena evocação, à alma de todos os corpos À loucura dos massacres Ao delírio de todas as dores, num único momento.
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