Olhar Pintado à Mão

Data 25/07/2017 17:29:21 | Tópico: Poemas

Os dias entrelaçam-se no peito
A dor atroz consome sem jeito
Um último olhar sobre seu leito
A noite caiu calada e traiçoeira
A moldar sombras por brincadeira
Uma após outra como a primeira

As sementes que atiradas à terra
São agora uma lápide que descerra
Este chão de homens em guerra
Crescem trepadeiras nas carcaças
E apodrecem nas mãos escassas
Das outras mulheres devassas

O querer ser é sem poder querer
A alma perdida por não mais ter
Tanto tempo que tem para viver
A palavra seca em lábios crentes
Que sussurram diálogos indecentes
Entre esses vendedores de gentes


Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=326267