NEVOEIRO

Data 04/08/2017 18:22:18 | Tópico: Sonetos

NEVOEIRO

No pântano triste ouço gritos ocultos
Mefítica bruma meu peito nauseia
Cadáveres rotos na lama, insepultos
Das fábulas restos um louco tateia

Esquálidos corpos, visagens e vultos
Intrépidas setas disparam na cheia
De oníricas chagas saudade, tumultos
Indômitos, zurzem e nada clareia

O cântico doce envolvido em fumaça
Em fúnebre choro transmuto, sem graça
O cândido embalo, teimoso, persigo

No pútrido campo de mágoas horrendas
Patético rito... Que rédeas! Que vendas!
Nostálgico, entrego-me a ti, meu castigo!


Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=326556