Quando eu "poemo"

Data 10/08/2017 21:01:59 | Tópico: Poemas

Quando eu "poemo"
Eu me disfarço,
Finjo o que faço
E tento Ser Supremo.

Quando o poema teço,
O texto refaço;
Metade, um terço,
São flores de aço.

Quando eu "poemo"
Crio um laço,
Acolho o abraço
Do outro ao extremo.

Então, leitor, me leia
Seja a serpente
Que me volteia
Desvende minha mente
Constringe-me
Dispa minha roupa
Envolva-me
Até que eu abra a boca
Para que pingue em mim
O lúdico e liberto veneno.

Que o poema seja
O Não-Cale-se.
Que ele seja
A aliança entre nós.
O poema é meu corpo
Que é dado para vós
Meu sangue é o vinho
As palavras o caminho
que me leva até a ti.

Venha de qualquer jeito
Venha! É o que importa.
Está aberta a porta
Que trago dentro do peito
Devora-me!
Desvenda-me!
Deixe-me nu
Sejas eu
Que serei
Tu!




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