Receio ser eu mesmo nada.
Data 24/09/2017 15:00:19 | Tópico: Poemas
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(Receio ser eu mesmo, nada)
Quem sucumbiu não fui eu, A cento e um alvor e nada, Nada tenho que não seja A lua parda, parada, presa
A cem mais uma almas Frágeis, de vidro que trago Penduradas, místico eu Que me ocupo da dor d'mais
E morro todas as madrugadas, Treino o finito e o perecível Que é o corpo sem asas, Cubro-me de pássaros e vidros
Frágeis quanto as almas Que trago ao cinto penduradas, Nas pernas presa a lua parda Diz-me adeus, minto; me chama
No escuro da noite, tão clara Quanto o brilho das minhas almas Mil e uma que trago na cintura, Tão finitas frágeis e sem asas,
Místico eu de madrugada e à noite O luar meu culto, ramos palácios Onde ressuscito sereno, sem fim, Quem sucumbiu não fui eu,
Mas o receio de ser eu mesmo Nada.
Joel Matos (09/2017) http://joel-matos.blogspot.com
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