
Passeio de Carro
Data 26/11/2017 23:44:03 | Tópico: Poemas -> Tristeza
| Quinta-feira, cinco da tarde A chuva forte deixara muitas goteiras O cheiro de terra molhada se espalhou pela cidade E o sono invadiu as casas inteiras As nuvens estavam escuras, não havia luminosidade O sol aparecia pela metade.
Com as chaves de casa e do carro na mão, Ao abrir a porta, escutei o rugido do trovão Me assustei deveras, mas segui firme a direção Estava indo de encontro com um certo alguém Mas a chuva não havia lhe feito bem.
Ao chegar no meio-fio da casa velha, Após a baliza, toquei a campainha Depois de alguns minutos escutei o caminhar dela Minha querida amiga, a alegria, surgiu para a sua vinda E ela já estava à minha espera Dias anteriores nós havíamos combinado uma saída Cheguei na hora certa, então partimos para a festa.
De uma estação de rádio para outro, conversamos Com as mãos no volante eu compartilhei meu sonho Desenhei com palavras a imagem de um lindo campo, Com o céu embelezado pelos fogos de fim de ano, E a luz da Lua, que reflete o azul do oceano Da harmonia frenética dos quatro cantos.
Quase não escutei a sua voz Ela estava muito triste Não escondi o quanto eu estava com dó Insisti para que se comunicasse, Pois estávamos a sós.
Depois de tanto me evitar, ela resolveu desabafar Em sua casa ela já não mais queria ficar Disse para mim que já estava difícil de respirar Não estava mais aguentando E de lágrimas invisíveis ela estava soluçando Com uma expressão deprimida acabei me deparando Uma festa não seria de grande ajudar, Por conta disso, perguntei se podíamos ir caminhar na chuva Não sei por que disse, já que ela estava muito triste Não iria de forma algum sair do carro Eu confesso que me arrependi por ter perguntado, Mas a resposta foi humilde, como um simples vaso de barro.
Foi sobre as lágrimas vindas do céu que a entendi Iluminados pela cidade, eu a vi, sorri Aquele rostinho tristonho se transformou em um sonho Abracei dizendo que ficaria tudo bem Disse ao seu ouvido que ela não ficaria sem ninguém, Que eu sempre estaria com ela, Que não deveria continuar cega.
Ao voltarmos para a rua da velha casa discreta, Me foi requisitado uma promessa, Jamais me esquecerei dela Permanecerá até o fim a conversa que tive com ela De um irmão para uma irmã Eis que em meu peito rezo que ela viva bem o amanhã Ao girar a chave, e desligar o motor, Eis que termina um dia de dor Que se dê início a um dia de amor.
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