À vontade presa ...

Data 14/01/2018 20:54:44 | Tópico: Poemas






De mãos apensas ao movimento do corpo,
Deixei as circunstancias de que me faço
Tomarem conta da realidade com que sofro,
Memórias de algum lugar não sei donde e pra que uso,

Se não preciso vê-las, mãos apensas ao que penso
Pensamentos nítidos, reais braços, cansaços.
De mãos apenas em equilíbrio que se supõem movidas,
Adaptalizáveis ao que faço, como boca sorrido

À mágoa, à vontade presa, ao embaraço
E antes que a pouca fé em mim me vença
Aqui deixo as minhas mãos apensas ao corpo,
Qual me circunda por cima e por baixo,

Talvez me lembre quanto separado de mim eu ando
E para o que serve no chão crescer erva tão ruim,
Sentido pra tud'isto e que uso dar às mãos...
Memórias de algum lugar não este.

De mãos apensas a um movimento suposto
Que me não prolonga nem desejo mas trago
Preso ao corpo como restos de diversas outras vidas,
De que me faço, às quais regresso, apenso

À vontade, preso ao fraco peso meu...




Jorge Santos(01/2018)
http://namastibetpoems.blogspot.com










Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=332097