menos da mão dextra

Data 26/12/2017 20:09:07 | Tópico: Poemas

Leram-lhe na sina
inveja,
na palma da mão canhota.

Ignota,
a cigana na ladainha,
bradava (no único alfabeto que sabia ler),
que a linha
da vida fazia estranha curva...
Com a vista turva
a falsa vate
murmurava amores errantes e escassos,
prole de saúde cheia
como a lua.

De bolsos vazios,
menos da mão dextra,
ouviu a nómoda rogar uma praga
por serviços prestados
sem retorno.

Volvidos os anos
e devolvidos os sonhos mornos
lembra
uma tarde de sol na praia,
uma dívida
por
pagar.


Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=332105