
A vida num teatro de sombras
Data 20/01/2007 20:14:12 | Tópico: Poemas
| A silhueta vê-se em contra-luz Numa sequência de ditos e não ditos De contornos muito vagos... Facilmente se vai com o tempo que se reduz Em gastos inconsequentes e fintos Que se têm num contorno sem rasgos.
Neste teatro de sombras e dizeres Rezam-se orações sem resposta Contra paredes feitas de tijolo vermelho, No intuito de redimir falhas e prazeres Entregues em casta aposta Na santidade de um pecador velho.
Desliga-se a luz e a silhueta mistura-se, Dilui-se no quadrado de tela opaca E o tempo que corria, fica quieto... O texto das orações desfaz-se Como se tivesse sido estripado à faca E a aposta perde-se em bolso incerto.
Valdevinoxis
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