
outono 17
Data 04/01/2018 07:28:50 | Tópico: Poemas
| celebramos intimamente e reforçamos pele culminam borboletas, libélulas, pirilampos
vêm a chuva e a melancolia beijando a face juntamos esperanças lançamos lembranças
trémula solidão onde ressoa vasta ausência,,,
desespero em vozes que voam noite dentro,,,
peço perdão ao cosmos por meu parco senso, não penso e é denso o sentimento de extenso
pesar e remoer, remorso e balanço de fragas ilhargas entre úteros e tábuas fechando a luz
sardinhas, tomate, malagueta, trigo, centeio, chicória, radicchio, canónigos, água, hibisco
banho profundo, em camomila e calêndula,,, o caminho, que irrompe e se anuncia, lótus,,,
noites que flutuam entre comoção, refúgio e abandono, aos sopros telúricos da liberdade
desfalecimento, lágrimas e suspiro, um rasgo momentâneo, desejos que vacilam por todos
os momentos e sonhos, acordam suavemente de um sono profundo, caminhando ar e luz...
o longo curso de flores púrpura, estremecido de dorido e rubro, paixão com que me cubro
em repouso, vagueando por sons e nevoeiros o sangue aflora e a hora toma asas na noite,,,
o sonho expande sobre a terra de mão dada com a vida florida entrelaçada e palpitante...
sentimentos violentos eclodem e explodem,,, razões que os corações encontram e mordem
para beijar tão docemente a plena existência fruto da ciência, nutrida pela árvore da vida
o encontro maravilhoso de paz e serenidade, propagando à proximidade da semente, fogo
de ímpeto e vento interior, a harmonia d'ave das árvores sustendo pontes suspensas no ar
e o aconchego crescendo, cor e luz brilhando para refletir e sentir quanto é amor, verdade
da espada que desfaz a insensatez, pálida tez rodopiando receios de voar além da aridez,,,
percorro novelos de espaço e de tempo fugaz assaz me traz nas unhas que enredo e solto,,,
os passos do elefante cósmico soando a noite cânticos da maternidade do mundo, infância
coração irradiante de luz e ternura entre frio espectral e esperança real em sua renovação
do fundo abissal emergindo, na prece celeste
amor e maternidade, vénus ancestral origem
lentamente embalando doçura, perfume e lã
já liberta a respiração rumo à transfiguração
segredos e sonhos ainda por revelar imortais soluçam lágrimas de fogo e volatilidade vital
equilíbrio ténue entre o voo e a asa, rezando, por quanto ainda se possa sustentar amando
do fundo da mesopotâmia, de deuses frágeis, minhas penas ágeis, céleres nos céus divinos
para envolver de prazer retumbante amante renascida, em vida pululante, lua e chuva, fé
que tudo o que é emana radiância, distância, estelar substância de sentimentos exaltantes
encontro,,, com a memória e a nossa própria história, serras queimadas e alvéolos negros,
onde é possível ainda acreditar a inspiração, nos contos de fadas, no maravilhoso, a ilusão
de abraçar o mundo e suspirar, ao rir e voar, sonhando sobre o mar e o encanto de amar...
novo princípio com novos rumos, de prumos fiéis de equilíbrio e livre arbítrio consagrado
sol ardente sem fim, clemência, antes do fim, a ausência estremece, minha prece sequiosa, sede ansiosa, de nuvens chorando por mim...
adormeço fundo,,, muito fundo,,, tão fundo... que ao acordar confundo, mundo e segundo, como tempo e espaço que entre si se lambem
e advém desta presença luminosa, pura rosa de ventos, direcções, sensos, palavras bravas toda a glosa, que discorre livre por meu bem
revoo, sol e lua se conjugam nos meus lábios astrolábios apontam o crepúsculo, o músculo mais forte, irado, é arado da terra, do sangue
incandescente, ascendente a condição, fulva no coração a contrição de desejo iluminando a vulva que cintila, só me destila, no mangue
entre o rio e o mar, sincronicidade da cidade a lama enleva e sublima, me mima, na cama, reclama tudo de mim, querubim, doce flama
quando o templo se contempla, a serenidade repleta, dilecta, meu coração, afirma e firma, acima de toda a suspeição, e sente o presente
como dádiva, maravilha imensa, flor ávida...
soçobrar, num mar de lágrimas,,, crisálidas,,,
cada ponto de energia confluindo e abrindo, repondo a coroa de luz e de cor em espirais... sonho mais, suponho ruir e refluir em vitrais
incandesço, remexo o passado, nado no cais, onde sais e amor colidem, berço de catredais estelares, os mares que vivem no céu infindo
coração emocional equilibrando luz e escuro canção vespertina, serpentina reluz o futuro
aflorando o sorriso, despojado, amortalhado, no rigor de flor despida em despedida e fado
tumulto, doce vulto, padrão e transformação
definindo coragem, passagem, errância e lua nua a instância, que submete e rindo investe
sobre a pele, que se arrepia, húmida filosofia alma mia estremece e desce a túmida veste...
a chuva turva, terra e luar, mas os céus, véus vão clarear e apaziguar, de perfume límpido o ímpeto e o estrondo, impondo-se celestial...
no sono profundo, água correndo, morrendo por um momento sem alimento em suspenso
até à abundância, de fruta e de pão, carinho, chuva e ânsia por contactar e tocar o ninho...
luz esfuziante,,, cadente, excitante, carente,,,
tremor e dissolução, arrepio e trágica queda, amor e resolução, desvio e mágica intrépida,
de espelho em espelho explosão em explosão a emoção, eclodindo, noite escorre vermelho
conjugando preto e branco, rosa e azul vivaz o pranto acordado, rainha, louvor sonhado... em paz tilintando de paixão que me liquefaz
noite espectral,,, em passos leves de sombras crescendo, das cinzas renascendo as pombas de amor e luz, seduz cristal nas águas limpas
minha fundação, nação e fundamento, tento, na vinha antiga, torrão de sofrimento, vento, varinha de condão, contento, cantiga, alento,
sobrevoando a terra em consciência, ciência, sublevando efémera certeza, sua presciência cintilando, aterra em beleza, mundivivência,
suave sobre o coração, sono longínquo anzol grave desilusão, vibração tremendo sob o sol
devagar, passos pesados e fecundos, rugindo bramindo o sofrimento, brahma, adormeço...
a mordida severa faz gemer todo o meu ser... o começo inaugura e augura, são amanhecer
a estremecer, diante a corda, acorda o amor, a outra ponta, aponta a ponte perfume, flor...
alegria pueril que no sonho balança e agita... doce fita em que se equilibra, fragrante flirta
e de salto em salto se realiza entre as estrelas
o mergulho profundo na natureza cósmica e crença que é silêncio, entre barulho e lógica,
diz, pensa, clemência num sonho vasto vazio petiz emergindo, lúcido e lúdico, só de vê-las
adornando o infinito e a eternidade, a idade, de adorar e orar pelos rios rumo ao mar, ave
na profundidade, águas subtis, perfil suave... sem entrave, albatroz, lua roriz, eis a chave...
voando veloz no crepúsculo entre noite e dia vigia o horizonte a montanha o músculo guia
perfila o ângulo,,, da asa e da luz,,, flutuando
cintila losângulo na emissão radiação estelar e o tempo concentra, desejo e rubor ao amar
com toda a emoção, quando entra, o coração, a elevação, magnética invisibilidade da ação
superando e crescendo, devolvendo à terra...
para que a árvore ascenda e se expanda, cai, de folhas e cores, o prisma radiante da serra, esvaindo exangue aos dentes que em si ferra toda a ilusão, magna canção, pirâmide, sinai,
na terra da lua, quando pelas folhas voamos, alegria na rua, fertilidade, beleza, dançamos em horizontes longínquos, no limiar da vida, sobre pontes, desígnios, olho sagrada ermida
esta despedida em nuvens, esperando chuva na noite que o vento empurra, não perturba, secura, adensa, minha condição, marinheiro e náufrago, revitalizando sais ao desfiladeiro
onde porveio a aguda dor, este calor sem fim de pavor carmim, alecrim nos acuda, o amor
expressando tão íntimo recolhimento, cetim, no arbusto perfumado, rosmaninho e louvor
esta paixão que abraço com emoção e desejo lampejo, estremecendo a noite, açoite e beijo
mesmerizado entoo o cântico sagrado silente o seio da natureza, o tronco, a pedra, o vento
alento soprado que afago e a infância reluz... comovente mistério alado, constância, induz sentido amplo e a sensação, voando a mente, é imagem expandido da alma o sentimento...
tilintar, na energia dissolvente e construtiva, shiva, a distância à elegância da embriaguez
cortês e romântico, o desejo de êxtase saliva, activa sonho tântrico, minha pulsão intuitiva
no lençol freático, onde a profundidade revê a dimensão da luz, do espaço e da gravidade,
revelação da imensidade, fragilidade nos fez arrebol dramático, parnaso, em espelho se lê
na água que corre da fonte cintilante, macia, é o dia que morre, caronte, navegante o guia
ao leito da noite, onde brilha a nua via láctea no peito afoito a cor jubila com a lua rosácea
alegria, fraternidade, terra clarão, harmonia
misericórdia, verdade, iluminação, principia rio de glória, a superação da idade, da lezíria
perfumada, cultivando sonho, candura, pura e enlevada cavalgando, deponho amargura,,,
assegura o anel, que a jura perdura e refulge resplandecente de mel, a vida impele e urge,
trémulo desespero, da noite em que afundei,
êmbolo da hora que espero, revolução e eixo
como beijo de efervescente emoção, renascei gomos de amor, reluzente elevação, o teixo,,,
pináculo da árvore primordial, luar ascende receptáculo, trave e verve leal, o ar se fende,
pretende e atende, envolvente fervente silva sobre o ouvido, o osso e a vibração tão cativa
da beleza da natureza, em sopros do destino, refino a destreza sobre os destroços da alma,
tão calma, adormecida e debruada de afecto, circunspecto, procuro-me erecto, onírico fim
carmim verdade, desejar e ficar, estarrecido, na fina tarde, naufragar e vogar fumo, ruído
ensurdecedor, de dor o gemido, tecido ardor, um vencedor dado por vencido lívido horror
estertor ressoando, amor flamejante, cintilar do cobertor voando, furor faiscante, céu mar
de neve latejante, a quebra em rubro cetim,,, um breve instante requebra outubro deserto
mergulho íntimo, nas profundezas, acalma,,, borbulho, tinindo, entre riquezas, como sino,
anunciando amor intenso, renascimento luz, alumiando temor eu penso sentimento seduz
virilidade e orgulho da criação em si, ceptro, virgindade do pulo, na estação em espectro,,,
coração liberto, voo de asas, em sobressalto,,, exalto vão certo, entoo casas, som contralto,,,
sono de paz, alva e límpida, suave chorando, senhora, limpas e proteges, em flores e graça
percorrendo sonho e pele, repouso e quando cintila, carinho, suavemente, por onde passa
tudo se aviva, é mais clara a realidade no ser por prazer e palavra, canção e luminosidade
jade, liberdade, contemplativa e caminhante floresta e gruta, templo augura desprender...
tempestade em crescendo, profunda invade, coração e expressão, a coragem, voo rasante,
não recolho a vela e o barco voa, muito além do mar de nuvens, caindo na terra de belém,
oferenda por tamanha graça, sopro de lenda trovejando, enlaça e banha, jorro, desvenda,
a senda mística que trilhamos, pelos oceanos insanos de devoção, mistério, império vénus,
linha de ação, vinha e torrão de densa névoa ecoa e espera, tilintando a pedra, o sino, voa,
animando cada passo no espaço de cor e dor por magia e amor, inspirando alegria e flor,,,
precipício e precipitação, clamor de água, nó em que se enlaça o sono, a solidão corrente,,,
distende e passa fluindo, na ilusão premente o tempo desavindo com a existência, sua mó,
triturando cada grão na comoção, locomoção apurando esferas e ilusão, ar sobre o coração
arfando sem sufocar, no fundo do mar, ando entre conchas e luar, a borbulhar, ardendo,,,
tão denso o arremesso em que adormecendo apenas sinto o tempo desfalecer, quebrando,
vogando entre o frio, estrela e floco, rezando
por abundância e tolerância, ondas de amor, calor irradiando, suavemente, pela distância
entre o fogo e o mundo, lábios cálidos, beijos sobre a infância e a liberdade, fluem desejos
entre receios e recreios sopros sublimes vêm interligando os seres, a memória que contêm
de trauma e restauro emocional, bem ou mal digladiando, glândulas e almas, lã supernal...
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