Soneto ao amor tardante

Data 12/02/2018 16:46:18 | Tópico: Poemas

Excederia eu, em brilho e lume
o meu olhar passante, ao encontrar-te
se essa flor de luz, ao perfumar-te
não fosse da espessura do ciúme:

intáctil, como a sombra do teu corpo
seduzindo papoilas, ao sol cheio,
finíssimo rocio do teu sopro
orvalhando as manhãs de um dia alheio.

Excederia eu, em poesia,
o meu verso tardante, ao já perder-te
no tempo indefinido do amor

se fosses mais de mim do que esta dor
levando-me com ela, sem dizer-te:
“É hoje o nosso instante, é hoje o dia!”



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