Vejo-te

Data 26/09/2018 19:28:23 | Tópico: Poemas

Vejo-te pressionar os joelhos contra os meus, criatura de suavidades repreensíveis, castrada de emoção, de fúria, de desgosto. Leve despenteias-te e olhas-me, a tua palma toca o cotovelo com o peso da infância que perdeste, não por escolha, mas por necessidade. Reacendes os lábios com um toque de charme esquecido pela história, mas não por mim. Quiseste-me pelo que sou? Pelo que represento. Pelas paredes do desejo e da vida. Envolves-me em canções de angústia que repudiam o físico e a verdade. Eu sou, nas tuas rugas e contextos e tu sabes que me tens. Tu sabes que dias és e recusas-te a dize-lo, porque és tudo o que vês e quem sou eu para te ter, o que é meu não te chega.


Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=339375