Poemas : 

Vejo-te

 
 
Vejo-te pressionar os joelhos contra os meus, criatura de suavidades repreensíveis, castrada de emoção, de fúria, de desgosto. Leve despenteias-te e olhas-me, a tua palma toca o cotovelo com o peso da infância que perdeste, não por escolha, mas por necessidade. Reacendes os lábios com um toque de charme esquecido pela história, mas não por mim. Quiseste-me pelo que sou? Pelo que represento. Pelas paredes do desejo e da vida. Envolves-me em canções de angústia que repudiam o físico e a verdade. Eu sou, nas tuas rugas e contextos e tu sabes que me tens. Tu sabes que dias és e recusas-te a dize-lo, porque és tudo o que vês e quem sou eu para te ter, o que é meu não te chega.

 
Autor
MatodoBicho
 
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