| |  
 
 A PenaData 01/04/2008 14:40:13 | Tópico: Poemas
 
 |  | Clama a pena por justiça Em brados soltos de sofrimento,
 No júbilo do verbo refinado,
 Faz da mão submissa,
 Mortal poder e instrumento
 Da palavra, dor e fado.
 
 Goteja letras em papel,
 Breves ensejos do pensamento,
 Raivas de amores invejosos,
 Versos de açúcar e de fel
 Que adubam tal alimento
 De poetas antes valorosos.
 
 Chora rios de ternura
 Inundados por olhos que lêem
 Navegados nesta água suja,
 No desdizer de travessura
 Dos que falam e não vêem,
 Qual trastes à babuja.
 
 Cala o mísero poeta
 Guardado no nome de alguém,
 No vago tecer da sua teia.
 Esconde a voz do profeta,
 Daquele que mais nada tem
 Senão tal pobre veia.
 
 
 
 
 Texto dedicado ao Luso Alberto da Fonseca
 
 
 | 
 |