Poema de abrir os olhos até ao branco
Data 09/10/2018 10:58:03 | Tópico: Poemas -> Sociais
| as correntes de pensamento enleavam-se sem que se esperassem noções de positivismo, eram só um marxista desiludido com a sociedade que se consome a ela própria, um kantiano a admitir que o primado da razão não existe, e um simples reformado que tinha enviuvado há dias,...
o momento da história não interessava, e era um país triste, à espera do devir do momento vivido,...
concluiu-se, pela quantidade de nuvens disformes no céu, que as coisas nunca têm uma razão de ser, e só se desenham a elas mesmas à espera que a evolução humana as apague, substituindo-as pela certeza do fim,...
sentado debaixo da luz fosca de uma lua grafitada no céu, o marxista achou ser o menos inexato dos três, é sempre o escrito certo da história a fazer evoluir uma sociedade, e talvez por isso estava a acontecer a dúvida, como reflexo de certezas monolíticas,...
o kantiano não replicou, alumiar um discurso com o silêncio, traz à tona a razão sempre que a afogam,...
o reformado chorava com o tom certo de desprezo pelas verdades inamovíveis, e só então houve a certeza de que a certeza não tem peso, só forma
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