CANTIGA

Data 09/11/2018 08:52:29 | Tópico: Sonetos

CANTIGA

Eu te amar, querida, me tem sido
D'uma alegria pura e insuspeitada.
Guarda tu para mim a asa quebrada,
Visto eu arcanjo em sombras decaído…

Se canto co'o alaúde enternecido
Cantiga que deixei inacabada,
É antes porque a lua serenada
Me faz velar-te o sono combalido.

Dorme, meu bem-querer, em dó menor.
Não cuides já se a noite se estender
N'essa pequena morte que é o amor.

Permite que me achegue a te fazer
Doce acalanto até teu trovador
Ao fim, junto de ti, adormecer.

Betim - 12 02 1996


Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=340404