(de cisão)

Data 22/11/2018 18:48:14 | Tópico: Poemas


Por todas as ruas do teu corpo
caminhei descalça
sentindo, a cada poro do caminho
a dura sensação de ver mais longe
o meu destino.

A cada esquina do teu ser
me contorci
como se o meu amor fosse medo
de nunca te encontrar
como se sempre fosse cedo
o dobrar da página final.

E cada artéria do teu sangue percorri
deixando, sem querer
- como pistas de regresso -
migalhas de mim mesma
desfomes de pão nosso.

Por todas as vezes que caí
perdoa-me, meu amor
se te magoei e me feri
perdoa-me o que sinto
rasgando agora o teu corpo do meu corpo
em risco de cruel mutilação
sabendo que a cidade onde não moro
é um porto de partida
uma gaivota perdida
do seu próprio coração.


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