a ausência

Data 01/12/2018 15:09:27 | Tópico: Poemas








A janela converte-se em espelho.
No tardar de ser, vem a certeza.
Por entre o frio do tacto e o olhar quebrado.
O céu vertendo a embriaguez.
A árvore reclina-se medindo o tempo.

Vem contida no sangue, a ausência.
Vem, como tarde cega que procura
a cadência da papoila entre o trigo.

Em lamento, o coração ondeia,
efémero e maduro.
Conta o tempo. Estima o instante.
Como asa que espera o vento.

Mas o corpo permanece.
Sobre os ombros de si próprio.
Na travessia, compõe a presença.
Em afirmação de partida.











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