
é dom do mar a liberdade
Data 05/12/2018 21:34:40 | Tópico: Poemas
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Peito com lonjura no eterno escafandro. À tona, o mar guarda a proa. Nas fontes, a vontade da terra jorra azul. Vai como as aves, zarpar na madrugada a inocência.
Entre os abismos, o mar acordar a ferocidade. Nas veias do sol, na vibração do vento, as águas lavram geografias e quimeras. A liberdade. é dom do mar.
No fundo, sombras em metamorfose, dormem pretéritos. Entoam bravuras. Sob o ouro das estrelas nascem liras e pensamentos de cidades idas. Crescem mitos e labirintos, nas rochas amadurecidas sem tempo.
Volante das águas, a lua talha a face do universo. Na viagem abre gargantas extáticas, moldadas nas altas torres frias. Sob o sol arde o gelo, cortado pelo gume do fogo.
Quase aéreo, o mundo permanece preso à espinha da raiz. Mais próxima da alma ficam as estações. São como mulheres pelo lado de dentro, levam no regaço o voo do êxodo.
O mar cresce de véspera no fundo. Cresce em vertigem sobre as dunas. A água rachada, não ofende o leme. Vai nu o barco, no horizonte. É dom do mar a liberdade.
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