AR-190103

Data 04/01/2019 19:41:23 | Tópico: Poemas






Passei a odiar relógios.
ponteiros me dão ira.
Acompanhar o tempo que
falta tortura-me, traz-me
conflitos nas longas esperas vãs.
Irritante, aquele dos segundos:
Tanta pressa, pra quê?
O de minutos, parecendo
subjugado a correria tanta,
aguarda; sóbrio, paciente
as céleres ultrapassagens.
Gosto do menor, o marcador
das horas cheias;
firme, soberbo, indiferente...
Fico horas ouvindo o cantar
do longevo carrilhão vertical
de parede com seu incansável:

Tic Tac... Tic Tac... Tic Tac...

Pego no criado mudo o
receituário, e releio:

'1 - tomar três drágeas com
pouca água de quatro em
quatro horas'

Ih!... Hora dos remédios!


Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=341404