entre paredes

Data 04/03/2019 13:43:41 | Tópico: Poemas





Com o meneio das hortênsias,
no cabelo.
Os segredos na boca
enchendo os dias
de vermelho.
Em corpo aberto como camélias,
fico com os teus silêncios, nos meus.

Diante das grades
que sobem na noite, chegas
com o domínio do cárcere
e o frio fino
do fio do gume.

Chegas na raiz da noite,
fendes as rosas
e as sílabas da casa,
entre paredes.

Como pião,
o meu corpo rodopia.
Sem centro.
Sem chão.

Trago os joelhos
ao coração.
Trago a fruta rosada
na ânfora,
guardada.
Em lírio negro, o corpo
cobre-se das brasas do medo
ao lume dos olhos.

Suspiro.
Caio na frieza
que invoca a seda.














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