
CHUVA ÁCIDA
Data 12/03/2019 16:19:26 | Tópico: Poemas
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Chuva começada; não o vi esquivar-se.
Em passos lentos, chapinhava na água suja do dia findo. Pulou a sarjeta; detritos se misturavam, aquela alma castigada de poeira, sol, e sal...
Sal da labuta, salobra, expelida pelos poros, arrastada pela torrente, junto com a rebeldia.
Meio ao redemoinho, pés afogados, nus, assistindo restos de vida para o ralo indo, junto com a lama; carma existente antes da chuva...
De fato; pisava numa lida imunda; tapete estendido sem fama, suja, imposta como se justa fosse.
Longos dias corridos, sobressalto, o assalto, o choro acidentado rolando no asfalto ainda quente da avenida imunda, inundada, infecta entre carros e gentes fugitivas da chuva ácida...
Da lama suja, a pesada fama estendida no tapete procurando uma paz inexistente...
Crepúsculo etílico inevitável... Esquecer amanhãs, outros temporais, calamidades. Mais uma vez sem resumo.
Transladou-se do asfalto para a sarjeta com a mesma poeira, o sol, o sal, a lama e a fama; sem prumo, sem rumo...
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