
Nas páginas do silêncio
Data 06/04/2019 19:04:35 | Tópico: Poemas
| Nas páginas do silêncio eram inscritas trovoadas carregadas de vento, de uivos, de piares e pios Homens, fartos de olhares mudos.
Nas páginas do silêncio, o verbo agrilhoava-se à acção, adjetivava o tempo, quedo e preso, e as horas eram leves incertezas.
Nas páginas do silêncio dobravam-se as memórias, reclusas e moldadas, como barro, e os lugares eram onde os segundos ainda esperavam.
Nas páginas do silêncio pregava-se a igualdade, o mesmo rugido não ouvido atento a cada rosto, e por todos multiplicado e dividido.
Nas páginas do silêncio cheirava a começos e o perfume selava as narinas de monstros, como nos primeiros dias de escola.
Nas páginas do silêncio mora o descanso prestes a terminar.
Para dar voz ao poema.
|
|