Nas páginas do silêncio

Data 06/04/2019 19:04:35 | Tópico: Poemas

Nas páginas do silêncio eram inscritas trovoadas
carregadas de vento, de uivos, de piares
e pios Homens,
fartos de olhares mudos.

Nas páginas do silêncio,
o verbo agrilhoava-se à acção, adjetivava o tempo,
quedo e preso,
e as horas eram leves incertezas.

Nas páginas do silêncio dobravam-se as memórias,
reclusas e moldadas, como barro,
e os lugares
eram onde os segundos ainda esperavam.

Nas páginas do silêncio pregava-se a igualdade,
o mesmo rugido não ouvido
atento a cada rosto,
e por todos multiplicado e dividido.

Nas páginas do silêncio cheirava a começos
e o perfume
selava as narinas de monstros,
como nos primeiros dias de escola.

Nas páginas do silêncio mora o descanso
prestes a terminar.

Para dar voz
ao poema.















Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=343072