
Cordel do Meu Sertão
Data 23/04/2019 21:20:00 | Tópico: Poemas
| Cordel do meu Sertão!
Dentre tantas pessoas lindas, Uma me chamou atenção, Para Girleide me dirigi, Nos tornando união!
A ponta da História É uma grande explicação! Não conhecia de forma nenhuma Em Serrinha bateu paixão!
Vaquejada de homem besta Que caiu de emoção Me abriu a porta do Mundo Da terra de Lampião.
Agripino é o nome dele Que derrubava touro a mão, Ninguém conseguia isso O Velho era um furacão.
Tinha uma casa invocada Era Fantasma ou festa Que varava na madrugada? Ninguém sabia não!
Seu filho bem diferente Mais esperto que pensava a gente, Plantava na minha frente Uma saca de feijão.
Invocado de repente, Perguntei, para ele: - Renato, esse milho vai derreter? Ou é insolação?
Sei que o meu juízo derretia, Que daquilo na dava para crer O Milho reproduzia, Dando uma bela plantação.
Valentina sempre forte Era a sua companheira Na roça ou na ribeira Tinha sempre coração.
Foi crescendo um mundão Na Terra do meu sertão, Bicha seca de danar, Que produzia tudo A seu tempo... Na hora da precisão.
A Rita, sua filha ninguém conhece, Mas eu vou apresentar, Nossa amiga querida Bem prendada, vendedora desbravada Bota a mão na boca, dando risada No almoço do domingão.
Fez sucesso em Salvador Mas com Valter veio Casar, Terra do nosso Senhor Com dois filhos veio ficar, Na mais perfeita união.
Rubi, mulher retada, Era miudinha a danada, Com aqueles olhos verdes Ficava encantada Com tudo que eu dizia Cada hora, uma risada. E hoje forte, firme sempre tem a solução.
Walbinho, meu sobrinho Era tão pequenininho Corria a casa toda Quando aprontava vinha de mansinho, Ficava lá no cantinho, Caçando atenção.
Quase deitadinho: -Alguma coisa houve? - Vá vê rapidinho! Hoje tá maior do que eu A Engenharia conheceu Talento do meu Sertão!
Tudo se multiplica O Broto brota do nada Para alegria da rapaziada, Coquinho em forma ornamentada: Anel, pulseira, gargantilha... A arte sendo testada... - Logo, mais um dote de plantão!
A Ni que é Maria Batendo o Côco todo dia Na pedra da varanda, alegria Cada pedaço trazia a mão Daiane logo comia, Com Lucas, seu Irmão.
Todo mundo tem que se virar, Quanto mais no meu sertão Nem é toda hora que tem plantação!
Me lembro logo de Nildo Que penou contratação, Lá de cima fazia pose Nas sacas de feijão, Garantindo a plantação, E a seca veio de novo, Em São Paulo tem motivação.
Ivanzinho, seu irmãozinho Sempre mudo e quetinho... Virou um grande garanhão, Não tem idade pro carinha Nova ou velhinha Ele solta sua canção!
Não me pergunte como, Que essa música agrada A legião de fãs aumenta Sucesso da mulhereada. Que chora de emoção!
Tem o Rosinaldo Que não contei, Único filho do Rei Sucesso garantido. Seu reinado é sua estrada, Construído o futuro Para alegria da população.
Seu filho no mesmo caminho De forma alternada. - O muro sai prontinho! Resolvendo a empreitada. Fez-se uma coalisão.
Tem mais gente ainda, Que Deixei pro São João Cordel que se preze Tem que falar dessa estação.
Ilma toda arrumada, Fazendo apresentação Na “dança da motinha” Todo mundo dando a mão, Não consigo esquecer Dessa ocasião, Que de um ato bem simples Vira a maior sensação.
O Forró comia solto Com frio no meu sertão Alegria minha gente, Que Clei é comemoração. Mulher guerreira Caçula de toda maneira Minha grande paixão.
Hoje é empresária E ainda vive correndo, Mas se eu precisar vai continuar correndo Em minha direção.
Ziane é bem fechada Enigma e concentração A cópia de Girleide Está lá no Sertão!
Ainda tem uma que já se foi, Uma grande inspiração, Três nomes em uma só, Nei sempre me ouvia Com admiração, Saudade sempre fico, Seu nome multiplico A cada ocasião.
Por tudo isso Grito bem forte! Carioca sou da gema Baiano de porte. Mas eu pergunto aos amigos De jornada, Depois dessa História apresentada: - Tem coisa melhor que Sertão?
Marcelo de Oliveiras Souza,IwA 2x. Dr. Honoris Causa em Literatura
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