Hasta donde te quiero

Data 22/05/2019 15:59:40 | Tópico: Poemas -> Surrealistas

Nunca disse que sou inteiro
Também nunca pus de lado tal suposição
Sei que fui falso e disse-me verdadeiro
Mas nunca minto quando falo de coração

Por vezes uma torrente de palavras colossal
Noutras, vivo mudo e calado
Que de entre os fenómenos, o mais paranormal
Gosto de ser alma da festa, mas também dum cantinho sossegado

Como um dia amar alguém
Se de amor próprio nosso peito sobrevive despido
Será possível lutar e ficar além
Além dos tempos e de amor não correspondido

Entretanto correspondo-me com os anjos do céu
E deleito-me com os demónios do meu inferno
Se da vida tu és o juiz, então sou o réu
E sigo feito um camafeu, feito subalterno

Prometo acabar de me acabar indefenidamente
E no peito guardar o meu bem mais precioso
Quem começo a amar, amo eternamente
E quem amo eternamente, vira o meu "bem" mais valioso

Agora vivo um passeio lunar incessante
E um inferno terrestre de delinquência
A Verdade por vezes é cortante
Não sou eu a falar, é a minha amiga demência

Ponho-me em segundo a mim
E quem amo em primeiro lugar
Cheire a rosa, a cravo ou a jasmim

Se quem eu amo faz parte de mim
E eu, que me amo a mim em primeiro
Estou com quem amo até ao fim
Perante "a vida" de joelhos, mas perante o que prometo, verdadeiro






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