bar de agosto

Data 10/08/2019 10:24:16 | Tópico: Poemas

não, apesar de falhar
eu nunca bebo, nem prefiro um bar
nas minhas mãos apenas
um triste cálice
cheio de silêncio que me deseja
com traje de ilusão.
olho o seu fundo como que ao espelho
tento perceber-me, vender-me ao seu sangue
coisa que a noite não consegue resolver.

ah, cansa-me tanto o sonho.

fujo então para fora de mim
corro da minha sombra,
já vai alta a madrugada
à porta do bar fechado.

passado, futuro nada me chega
e o presente tão parado

atiro ao chão esse copo
e só aí me dou conta
do coral de gatos no telhado



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