O corvo

Data 08/10/2019 17:54:58 | Tópico: Sonetos

E o corvo, como um'ave de rapina,
Espia a carne podre que decora
A terra. E co'apetite, então, devora
Toda a farta obsoleta proteína.

Não temais! pois o tempo é que assassina
A tudo que é belo e a vida deflora.
Se o delicado corvo, então, vigora,
É que seu banquete é a carnificina.

E a ave negra e necrófaga aterrissa
Sobre a lúgubre e fétida carniça
E ingere os componentes corporais,

Sabendo que é eterno este seu festim,
Pois que a morte jamais há de ter fim
E que não passará fome jamais.

Castro, 07/10/2019



Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=346048