Sangue azul-moreno

Data 17/10/2019 17:10:34 | Tópico: Poemas

Dia após dia
via
ir dos braços a tez albina.
Das veias antes cianosadas,
da nobreza arterial
dissipar-se a neblina.

O tronco desnudo banhará o Sol.
Jornaleiro é o seu apelido
e magro dote.

Vergado sobre o centeio fino,
alimenta-o a terra que o tem
submisso.

Desde adulto a menino.

Via
as garras
dos pés e das mãos, tão escuras do frio,
negras
do pó, da lama primaveril.

Entre
a palavra de honra,
a leitura do arado e do coice do cavalo,
é Homem de letras.

(O pão da minha Senhora
este ano
será doiro)


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