Diz-me quem tu és entre os homens, E di-lo-ei quem sou entre as estrelas, Marquês Pombal, não és, Fernando Pessoa, também não
De letras, não vales uma vírgula, Nem assento arquitectado por Pombal Na baixa pombalina da liberdade, Onde desfilam as quinas de Portugal
De Camões, sabes pouco, E esta língua na língua da tua boca, Pesa pouco ou nada nas bordas do papel, Que vestes com a tinta do tempo
Não sou como tu, nem és como eu sou, Sou brilho das estrelas, oceano de palavras, Que voaram das Torres de Belém, pra o além-mar, E lá longe, se fala português, que julgas ser só teu
Vaidade, só vaidade, orgulho zero, Saber desconectado à língua que tu vendes, Nas esquinas do luso poemas, Onde se ouve bem clara, a voz de Portugal