
Perpétuo
Data 21/04/2020 16:56:44 | Tópico: Poemas -> Solidão
| Há de vir qualquer coisa a mais no bojo Desta farra; um grito surdo, um gemido... Corta a dança eterna das mariposas Do meu quarto um desespero contido... Meu quarto, em meu corpo, é meu próprio fojo; A auto-preservação, minha esposa. Minha cegueira perfeita... Cingido
Pelas tentações e algias desditas De uma vida reclusa em mim próprio, Sou digno do arsênico da justiça: Sou meu matador!... no meu ermo sóbrio; Nas abrasadas lembranças contritas; Nas regeladas lembranças postiças... Na expressão vazia de meu ódio.
Resta a brevidade de meus prazeres Caprichosos, distrativos... momentos; O meu pequenino troféu da sorte. Rendido à fugacidade, eu ostento, Às multifaces, todos meus lazeres: A destemperança e o medo da morte Que escrevo nos muros do isolamento.
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