ÉDIPO, REI

Data 19/05/2020 18:11:20 | Tópico: Sonetos

ÉDIPO, REI

Há-que se vazar, cego, as próprias vistas
Aquele cuja culpa imensurável!...
O Fado fez de mim o Inescusável
E reduziu a pó minhas conquistas.

Se falo é para o bem dos idealistas:
-- "Duvidai da fortuna d'um notável!"...
A vida é aforisma impenetrável,
Que resta ao escrutínio de sofistas.

Vago agora por uma noite eterna,
Onde as glórias se mostram relativas
Ao largo de palavras compassivas.

E ao vão das horas mortas me governa
Só a ânsia d'haver pela má jornada
A terra de meu túmulo sagrada.

Belo Horizonte - 15 05 1998


Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=350250