
O demônio que sai à meia-noite
Data 23/06/2020 13:35:16 | Tópico: Poemas -> Solidão
| O silêncio que foi bruscamente rompido É apenas o início da angústia da alma que sofre Sem ter a esperança nos olhos Já cansados de ver tantas misérias a sua volta. Nem mesmo o canto das aves noturnas Que se misturam aos uivos dos lobos na noite escura Pode ofuscar as rugas de dias tão ruins Na vida deste sofredor desesperado. Garras do inferno estão impregnados em sua pele E correntes pesadas e frias apertam seus ossos Arrancam sua pele como batatas em água fervente E suas lágrimas misturam as águas da chuva ácida. Desespero de uma vida perdida No labirinto cruel da existência Onde os caminhos são tenebrosos e sem sentidos Para os passos trôpegos de um andarilho. O demônio sai à meia-noite E estraçalha os seus sonhos mais profundos Tirando-lhe o sono que poderia lhe acalmar E dar descanso as pálpebras feridas. Os olhos vermelhos mostram o sofrimento De noites mal dormidas Tormentos cruéis de insônia Que lhe estraçalha o coração já em pedaços. O que fazer contra todos os males que assolam sua alma? Como curar dessa dor terrível que sufoca-lhe o coração? Livrar-se-á algum dia das garras infernais desses demônios? Alguém pode ouvir o seu grito de desespero? Deixarei que possa abrir os olhos para ver Além do horizonte perdido a esperança De um amanhã que desponta com a luz da aurora Espantando toda a escuridão dessa alma E os demônios que a atormentava.
Poema: Odair José, Poeta Cacerense www.odairpoetacacerense.blogspot.com
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