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O demônio que sai à meia-noite

 
O silêncio que foi bruscamente rompido
É apenas o início da angústia da alma que sofre
Sem ter a esperança nos olhos
Já cansados de ver tantas misérias a sua volta.
Nem mesmo o canto das aves noturnas
Que se misturam aos uivos dos lobos na noite escura
Pode ofuscar as rugas de dias tão ruins
Na vida deste sofredor desesperado.
Garras do inferno estão impregnados em sua pele
E correntes pesadas e frias apertam seus ossos
Arrancam sua pele como batatas em água fervente
E suas lágrimas misturam as águas da chuva ácida.
Desespero de uma vida perdida
No labirinto cruel da existência
Onde os caminhos são tenebrosos e sem sentidos
Para os passos trôpegos de um andarilho.
O demônio sai à meia-noite
E estraçalha os seus sonhos mais profundos
Tirando-lhe o sono que poderia lhe acalmar
E dar descanso as pálpebras feridas.
Os olhos vermelhos mostram o sofrimento
De noites mal dormidas
Tormentos cruéis de insônia
Que lhe estraçalha o coração já em pedaços.
O que fazer contra todos os males que assolam sua alma?
Como curar dessa dor terrível que sufoca-lhe o coração?
Livrar-se-á algum dia das garras infernais desses demônios?
Alguém pode ouvir o seu grito de desespero?
Deixarei que possa abrir os olhos para ver
Além do horizonte perdido a esperança
De um amanhã que desponta com a luz da aurora
Espantando toda a escuridão dessa alma
E os demônios que a atormentava.

Poema: Odair José, Poeta Cacerense

 
Autor
Odairjsilva
 
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