
Cep
Data 05/07/2020 23:49:03 | Tópico: Poemas -> Desilusão
| Perdoe-me, princesa, por sufocá-la com mensagens Entenda meu lado, minhas cartas não conseguem sair em viagens Não sei seu cep, não sei nem ao menos o número de sua casa Por isso, minha única alternativa é mandar figuras apaixonadas Sei que sou uma pessoa difícil de lidar, tanto quanto sou para amar Sei que às vezes minha mente tenta nos atrasar, eu sei Você também já deve estar farta das minhas desculpas, meu bem Eu sei, sei o desgaste por continuar aturando estar ao meu lado O que acontece é que o seu passado, apesar de ser somente seu, Entristece-me profundamente, tudo o que conseguiu fazer enquanto eu estava isolado, Não é problema meu, sei disso princesa, há, como sei, mas, a mágoa persiste Às vezes disfarço quando indaga se estou bem, balanço a cabeça, mas, me vejo triste Estou procurando aceitação, para não sofrer pelo que passou e instaurar o meu amor.
Muitas foram as vezes que duvidei de suas palavras, eu não acreditei nelas Era difícil, mais ainda quando elas eram ditas por alguém comprometida Por um ponto de vista, sua revelação te tornou mais humana Pois, quando me abandonou, eu te enxergava como ninja, como uma anja, mas, Hoje, mesmo entregue e a mercê, lá no fundo existe uma ferida, desferida por você Foi um choque, moça, quando me contou suas aventuras, confesso Apenas uma, uma delas, me causou uma mágoa extremamente profunda Hoje digo ter aceitado, entendido, afinal, não devemos julgar o passado Mas, dói bastante saber que eu sofri sem ninguém, enquanto você recebia carinho Bom, acredito que faça parte, me desiludi com a pura fantasia que eu mesmo criei Entretanto, não me arrependo de nada, nem mesmo com o que sonhei Estaria mentindo se dissesse que está tudo bem assim Porém, acho que o importante é que, enquanto estamos juntos, Sou mais que feliz.
Passando vários pensamentos em minha mente, Sinto como se fosse uma estação, pronta para me levar para longe Terras acinzentadas, mórbidas, sem vida Pois, moça, a verdade é que desconfio de você, o que não é incomum Poderia ser, caso vivêssemos em pura fantasia Mas, infelizmente esta somente existe em folhas.
Não te culpo, moça, e se já a culpei, me perdoe O culpado fui eu, fantasiei com uma pessoa perfeita, me iludi Quando a vi novamente, inexplicável a sensação de choque Foi tão de repente, inaudível, invisível, mas, tão forte Tão intenso, foi bem difícil, já lhe digo Como aviso, meu coração pediu para que eu fosse menos receptível Não consegui, não dei ouvidos, e por isso, sofri Feliz? Bastante, já a tristeza eu omito.
Moça, queria poder desabafar, por isso a citei novamente Estava precisando despejar essas palavras, Que estão me atormentando diariamente Falar contigo? Sem motivo, apenas brigaríamos sem fim Prefiro assim, desabafar quietinho, no meu cubículo, em risco Peço, novamente, perdão, me magoei por criar uma princesa encantada E, esquecer que ela, mesmo que formosa, contém falhas Te elevei uma vez a divindade, eu era imaturo, vivenciando o primeiro amor Mas, hoje estou mais matuto, ciente das consequências e escolhas Pensador, reflito sempre enquanto, em minha porta, bate a dor Mas, quem sabe um dia ela desista de mim e vá embora? Deixando para trás nada além de fragmentos incolor.
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