Amarrados ao umbigo da corona

Data 10/09/2020 20:21:51 | Tópico: Poemas


Ó tempo,
Já não me lembro quanto tempo
Vi mãos lavadas
Como nos tempos d’hoje

Tempo passa,
Lembranças ficam e persistem no tempo,
Mas não me lembro em que tempo
Lavei as mãos tantas vezes ao dia

De mãos lavadas e caras tapadas,
Tempo parece outro tempo;
Já não se dá beijos nem abraços
No corredor da distância

Em agonia está o bom senso,
O trato social está esmorecendo
A cada metro quadrado,
Que dista a ti de mim

Ó tempo,
Quanto tempo terás ainda
Nas curvas do tempo sem tempo,
Que nos amarra ao umbigo da corona?

Adelino Gomes-nhaca



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