
Negrume
Data 25/09/2020 23:51:35 | Tópico: Poemas
| No silêncio da noite afloram os pássaros noturnos que nascem do negrume Nutrem-se de um fogo insurreto em pleno voo que é ausência nua e crua Em seu voo feroz batem as asas frenéticas bem acima das multidões céticas As mãos se estendem à sua passagem em culto à sua negra e esguia forma Mas o vento norte que lhes dá a direção sopra forte inaugurando a palavra Seguem rápidos na velocidade azul do pensamento e se vão rumo ao ocaso Estar com os olhos abertos não significa que você tenha plenitude na visão Somente a fúria a permear as transparências revela a essência de cada ser Os corpos retornados ao pó veem abandonada toda a tormenta cotidiana Na busca de encontrar as saídas em meio às serpentinas opções do dia a dia Quando as bandeiras tremulantes forem vistas como meros panos de algodão Ver-se-á cessarem as disputas entre as cores para o assombro dos belicosos A paz virá borborejar na terra sob a sombra intercorrente de mil asas abertas Disseminada pela praga dos ideais de liberdade contra a visão dos vampiros E se incorporam alçando voo em espiral coalhando o ar sobre os opressores Prostrados em pânico, perplexos, com suas sombras dependuradas nos pés.
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