Poemas : 

Negrume

 
No silêncio da noite afloram os pássaros noturnos que nascem do negrume
Nutrem-se de um fogo insurreto em pleno voo que é ausência nua e crua
Em seu voo feroz batem as asas frenéticas bem acima das multidões céticas
As mãos se estendem à sua passagem em culto à sua negra e esguia forma
Mas o vento norte que lhes dá a direção sopra forte inaugurando a palavra
Seguem rápidos na velocidade azul do pensamento e se vão rumo ao ocaso
Estar com os olhos abertos não significa que você tenha plenitude na visão
Somente a fúria a permear as transparências revela a essência de cada ser
Os corpos retornados ao pó veem abandonada toda a tormenta cotidiana
Na busca de encontrar as saídas em meio às serpentinas opções do dia a dia
Quando as bandeiras tremulantes forem vistas como meros panos de algodão
Ver-se-á cessarem as disputas entre as cores para o assombro dos belicosos
A paz virá borborejar na terra sob a sombra intercorrente de mil asas abertas
Disseminada pela praga dos ideais de liberdade contra a visão dos vampiros
E se incorporam alçando voo em espiral coalhando o ar sobre os opressores
Prostrados em pânico, perplexos, com suas sombras dependuradas nos pés.


"Somos apenas duas almas perdidas/Nadando n'um aquário ano após ano/Correndo sobre o mesmo velho chão/E o que nós encontramos? Só os mesmos velhos medos" (Gilmour/Waters)


 
Autor
Sergius Dizioli
 
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