Meus mortos

Data 26/11/2020 23:39:51 | Tópico: Poemas

Meus mortos e meus sonhos andam juntos
Grudados à escuridão que embirro em manter
No rebuliço dos ventos, meio dia de outono
As cinzas espalhadas sobre o chão crestado
Meus mortos conheço-lhes, de cada, o nome
Sei que até transitam livres por meus versos
O cheiro da loção de barba alcoólica e barata
Os garfos e facas desemparelhados e tortos
Meus mortos, sei-lhes qualidades e defeitos
O subversivo, circunspecto, solene e outros
As gravatas desalinhadas sobre o terno azul
Um dia a morte nos recolherá para a solidão
Aquela mesma de nossos medos mais infantis



Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=354178