Alvor
Data 29/11/2020 16:43:53 | Tópico: Poemas
| Em Alvor cresci, junto à sua ria, onde muito nadei, muito berbigão eu lá, com meus irmãos, apanhei. Eram tempos do cigano Lineu e da cigana Estrela. Ele vendia mulas e seus burros, ela bordados a estrear.
Havia a Maria Caloa, com a qual todos gozavam, por ela não se lavar.Também o Raul, no seu praguejar, e o aguadeiro, com sua carroça, vendia cântaros de água a apregoar. E meu pai vendia batatas de rua em rua, às senhoras que compravam.
Eu regava as batatas e o milho nas duas hortas de meu pai, e tratava das vacas e dos porcos, sem nunca dizer um aí. Nas descascas do Armando Isidoro era depois baile e festa.
Eram tempos belos, sem ter televisão, em que se ouvia as rádio novelas, eram tempos dos "Abba" que cantavam "Fernando" e canções outras... Assim naquele tempo, eu sempre dizia, não há Alvor como esta!
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