Partida

Data 04/12/2020 01:27:09 | Tópico: Poemas

Sinto-me tão só e não sei bem porque tu fostes
Dói-me o coração e meus sentidos estão aflitos
Uma letargia toma conta de mim como veneno
Tombei vencido diante de minha maior batalha
Fiquei exposto ao inimigo ao pedir-lhe a mercê
E minha luz de viver foi levada a outros confins

Sinto-me tão só é porque sei que não percebes
Que não posso encontrar a saída desta floresta
Por que ainda é escuro e minha alma é criança
Perdida entre as folhas do que nunca sentistes
Estás tão longe e dói saber que não posso voar
Longe. E só restam as asas invisíveis da poesia

Sinto-me tão só e todos lugares são de lágrimas
Onde quer que eu vá teu lugar vazio me sufoca
Somos duas peças vizinhas deste quebra cabeça
Que a vida nos propôs: vencer velhos fantasmas
Que agora me assombram, terríveis como nunca
A me tirar o ar, pintando cinza onde que eu olhe

Sinto-me tão só e não sei bem porque tu fostes
Disseste tão de repente não consegui assimilar
E a música parou de tocar, não cheguei ao final
Há muitos amanhãs até poder rever teu abraço
De tantas tintas, o quadro da minha existência
Continua, sem tuas cores num canto, inacabado


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