Ó mar... devolve-me o filho!
Data 06/02/2007 19:48:16 | Tópico: Poemas
| Saiu-lhe uma súplica doída Da garganta gasta e anosa, Saiu-lhe uma réplica moída... A suplica já vinha roída, Sem esperança, chorosa. Ajoelhada no altar de uma capela, De fachada trabalhada e frondosa, Orava por vida que não há nela, Vida de roseira sem rosa A que havia faltado a cautela.
Chorava ela: - Ó mar... devolve-me o menino, O filho de todos os meus dias Que me roubaste tão pequenino Com ondas revoltas e frias! -
Pedia, rogava, implorava Em promessa de morte Por um momento mais sem dor, Sem o ferro que entra, que se crava Em corpo arredio da sorte E já engelhado... sem cor.
Valdevinoxis
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