
Das ruas do Rio
Data 21/01/2021 17:14:06 | Tópico: Poemas -> Crítica
| A bala abala A fé não afiada Não tem como ser Firmada Triste está calada
Ruas e praças, becos e vielas Acendi uma vela, acesa, chora por ela Outra vítima, outra achada Cheirava a rosas, linda mulata
Choram as ruas, mais sangue na calçada Uns culpam os caras, outros os de farda Só que os culpados usam terno e gravata Outro governador preso, parece até piada Apareceu no jornal, com a cara mais lavada "Não fui eu", essa é velha camarada
Mais um dia nessa cidade Mais precisamente na humanidade Tamanha é a crueldade, falta de bondade Ganância que só pratica a maldade Da infância tenho saudade Cego na inocência, só tranquilidade
Muitos morreram, muitos vão morrer Muitos estão nas ruas a sofrer Já não têm mais o que perder Alguns por opção, tristeza, solidão...motivos de montão Outra crise meu irmão, não tem mais caixão Vírus maldito, desgraçado, imprevisível
Cadê os hospitais amigo político? Pra onde foi o dinheiro, guardou num penico? Cadê a minha vacina mano? quero virar um crocodilo Você ri, realmente é ridículo Do sofrimento é só mais um ciclo Faz muito tempo que a humanidade está num abismo
Os de hoje, eram os de ontem, serão os de amanhã Do mais novo, a mais anciã A corrupção tenta a todos, cidadã Somos tolos, falsos são esses louros Levamos uns aos outros ao matadouro Triste sina, não somente um mau agouro
A fala se cala, a fada afadigada Colocou sua esperança na novela errada Só podemos fazer a nossa parte Essa é a arte, essa é a sinceridade Amar uns aos outros, ai esta a verdade Isso disse o Cristo, Deus do infinito
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