Sem nada ...
Data 24/02/2021 00:13:17 | Tópico: Poemas
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Sem nada …
O amor não tem campainha Quando passa, é um comboio Sem maquinista nem freio, Despedaça-nos, destroça-nos, Ferra-nos a meio sem avisar, É fatal o golpe e profundo, Mais terrível que da morte A dor, não é religião nem
Crença, contraditório à sorte Amar é o ter, como companhia Da orelha esquerda a cara Do meio, metade olhando-se
Metade se consente, a minha face Girando sobre ela própria, Estender um braço, ligar-me Aos gestos d’ontem (o soar da sineta)
Atirar o tédio pra debaixo Da mesa, dar duas palmadas Na vida, sentir prazer íntimo Ao ouvir disparates e a ironia
Que é ter fome, estando farto, Ter entusiasmo desmedido, Tendo de facto emoção por Companhia e uma campainha
No ouvido, um comboio no Coração, a esperança na parte Do rosto que era só minha, Sol posto solidão a meias,
A sineta da estação, o comboio A dar a partida, não sei se uma, Duas vezes ou os dois de abalada, Um de cada vez, s/companhia,
Sem nada …
Jorge Santos (24 Fevereiro 2021)
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