
A peculiar sina de Abissimor e Ermentior ao encontrar o poeta...
Data 24/02/2021 18:36:51 | Tópico: Poemas -> Fantasia
| Abissimor: Tenho minha boca cheia de lamentos e palavras impronunciadas Tenho minh’alma repleta de tenazes tormentas, o escuro infindo Sou o sonhador que marcha pelos campos que a lenda esqueceu Ermentior: Sobre meu cavalo que cavalga os ventos, sigo em busca do verão Busco dias ensolarados em festa de cores e me esquivo da febre Busco a alegria como o arauto que acorda a vila com sua trompa Abissimor: Meu dia nasce com o coração ferido, trespassado, vai a sangrar A noite de cobre vem a meu encontro, meu país é sempre noite Vejo bocas pálidas repletas de cantos que não se atrevem cantar Ermentior: A primavera se faz estampar em flores no peitoral de meu cavalo Sou o cavaleiro do Lírio, sou o dançarino que revoa o pó do chão Caminho entre as árvores, os olhos na lua que me cobre de beijos Abissimor: Minha noite se cobre de nuvens, tudo é sombrio na névoa espessa O relógio me cobra o tempo, com suas engrenagens já tanto gastas Entre o ar morno da floresta, o feno desprende seu hálito de luto Ermentior: Trago o consolo em mim, cada pedra do caminho é um monumento Uma aurora de mistérios se apresenta à minha frente no horizonte Lanço-me bravio e proclamo ao silêncio que é chegada a minha voz ___________________ O Poeta: Os ponteiros se aproximam da meia noite, ao longe se veem clarões É a chuva que se faz anunciar, bradando com reclamos de trovões Vem aos ouvidos como antiga memória tão vívida quanto cotidiana Soa a trombeta de ouro brilhante a anunciar que é hora de acordar Hora que clama pelo poema com suas folhas brancas sobre a mesa
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