
Bebe-me a alma e morre em mim.
Data 13/03/2021 20:59:44 | Tópico: Poemas
| Os teus olhos meu amor, são como o sossego das baías plácidas, espairecidos nos meus.
O teu olhar é como o véu da neblina que se abre ao sol que se espreguiça lentamente, para me olhar com os seus raios cintilantes, e permaneces em mim, nesta brisa que me toca, como um arrepio quente no movimento lento das tuas mãos.
No entardecer dos teus olhos calam-se os gestos, para irromperem os silêncios dos sentidos.
E há margens de amor na polpa dos sonhos, O tempo cresce e com ele crescem as vontades, os dias e todas as horas, e o que ouço?
Ouço a melodia afinada da tua voz murmurar-me o canto do amor, e eu que quase inexistia antes de ti, falo-te naquele timbre de voz cuja profundidade enleia, perto, bem perto de ti...
Olha-me demoradamente meu amor, até coexistires na contemplação e depois, depois segura as minhas mãos, bebe-me a alma e morre em mim.
(Alice Vaz De Barros)
|
|