Poemas

Data 29/03/2021 21:11:21 | Tópico: Poemas

Atravesso
antigas ruas
para ver-te.

O olhar
curva-se
na ausência
de abraços.

Pássaros sobrevoam
vestidos usados
em velórios.

Nos templos
as flores
continuam
abertas.

Os gestos
são dispersos
no palco.

Compartilho
meus versos
na penumbra
dos cenários.

Sobra-me espaços
entre a voz e a luz.

A emoção comove
antes do aplauso.

Dilui-se a distância
entre as árvores.

Mãos delicadas
consertam relógios.
O tempo recomeça
no retrovisor.

A mutabilidade
das almas
transporta-me
nas águas de
outrora.

Desfaço-me
das cinzas
dos pedaços
que sobraram.

Desenho
rostos
suspensos
nos lábios.

(Decifro-te).

Um rio escorre
em degraus.

Sossega a alma perturbada.
Invento palavras.

Partimos do
princípio para
lugar nenhum.
Num abraço
apago mágoas.

No passado
a utopia coloria
as palavras.

Reencontro-me.

Leio poemas
escritos no tronco
das árvores.

Há paradoxos
de memórias
num calendário
chinês.

Segues a luz
num campo
de lírios.

Nos despedimos
no cais.

Vivemos
momentos
de espanto.

A distância
abre meus olhos
onde nascem
as nuvens.

Tombaram
as folhas
na penumbra
da catedral
restaurada.




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