Tempus Fugit
Data 19/05/2021 19:20:25 | Tópico: Poemas
| Agora que da juventude só restou saudade Sei a dor da poesia que se esconde na noite A dor de ave migratória a voar tantos mares Rememoro os aromas de um antigo perfume Não sou mais um menino de caligrafia frágil Mas, nada olvidei mesmo ao longo dos anos Nem o gesto trêmulo de empunhar as tintas E fazer que as palavras soem como violinos Lembranças luminosas de beijos memoráveis A acelerar o peito como trem desordenado Para senti-los no vento do outono em maio Na senda do frio de um inverno prematuro Onde cintilam, brancas, as folhas do poema Sei da pergunta que caminha desde sempre Cingida de sentimentos em nossas sombras Essa distância do que amamos e não temos As paredes onde pendemos vivas memórias O medo de mostrar-se mistérios profundos Vividos à luz de velas, desse vinho tão veloz Para nos esclarecer que na realidade o amor É o querer nascido luz que se fez eternidade
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