Poemas : 

Tempus Fugit

 
Agora que da juventude só restou saudade
Sei a dor da poesia que se esconde na noite
A dor de ave migratória a voar tantos mares
Rememoro os aromas de um antigo perfume
Não sou mais um menino de caligrafia frágil
Mas, nada olvidei mesmo ao longo dos anos
Nem o gesto trêmulo de empunhar as tintas
E fazer que as palavras soem como violinos
Lembranças luminosas de beijos memoráveis
A acelerar o peito como trem desordenado
Para senti-los no vento do outono em maio
Na senda do frio de um inverno prematuro
Onde cintilam, brancas, as folhas do poema
Sei da pergunta que caminha desde sempre
Cingida de sentimentos em nossas sombras
Essa distância do que amamos e não temos
As paredes onde pendemos vivas memórias
O medo de mostrar-se mistérios profundos
Vividos à luz de velas, desse vinho tão veloz
Para nos esclarecer que na realidade o amor
É o querer nascido luz que se fez eternidade


"Somos apenas duas almas perdidas/Nadando n'um aquário ano após ano/Correndo sobre o mesmo velho chão/E o que nós encontramos? Só os mesmos velhos medos" (Gilmour/Waters)


 
Autor
Sergius Dizioli
 
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