Elegia da morte

Data 30/06/2021 14:58:41 | Tópico: Poemas

Conversa de caixão
Aberto, e o peito deserto
Aguarda semente e hora

O ponto certo
Alinhava a morte
À roupa do corpo
Às artérias do sangue
E por ela respira

Inspira

A filosofia do medo
Reflete imagem, reflexo
Consciente do sonho impotente
Das rugas vincadas na carne do tempo

E espelha uma glória decente
Vitoriosa, igual à vida.

- Consciente como nunca, completo
Lições valiosas de morte

Dou o passado às costas do medo
Do qual guardo a penas respeito
Não me lembro

O presente ao peito da solidão
Onde encontro conforto e descanso

E vens vestida de negro
Porque hoje, jantamos juntos
Rainha da perdição

Sentada à minha mesa
Companheira e confidente
Temos a partilhar

Ramos de flores secas e velhas
E os mármores ali tão frescos
Campas de cemitério sem rosto
Onde decai o brilho das lágrimas

O futuro? que importa
Negra acetinada oliveira
Não sei se diga, belos!
Ainda acho que tens olhos verdes.







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