NÃO DOU A CARA A TAPA

Data 28/07/2021 02:55:14 | Tópico: Poemas

.
.
.
Com as duas faces afaga;
encena, empurra, embala...
Sobre a boca; palma, fecha, tapa e cala,
joga pedra no sonho e rala.

Mão que segura e que fala,
que fundi o ferro em fornalha,
moldando na forma ou na malha
a vida ou a morte, que valha.

Mão que empunha o aço e declara
que a arma tem fogo e não falha...
É dela que com o dedo na tralha;
fere, mata, e morre à bala.

Desses crimes, acaba na malha,
a crueza estampada na cara,
e o fim da poesia não se instala...
Que não é fim nem começo; é vala.



Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=358254